Neste video curto, eu e minha irmã Dra. Sheila Mulatti, que é Cirurgiã Plástica, explicamos brevemente sobre os tipos de cirurgia, os portes cirúrgicos, e quando pode ser uma boa idéia combinar procedimentos no mesmo ato cirúrgico.
O video pode ser assistido diretamente no YouTube, no link abaixo, ou no IGTV dos nossos Instagrams profissionais: @dragracemulatti_vascular e @drasheilamulatti.
Conheça todos os tratamentos com foco em doenças arteriais, doenças carotídeas, aneurismas, varizes, vasinhos, dentre outros da medicina vascular especializada.
Doença Arterial Periférica
A doença arterial periférica compreende a obstrução das artérias dos membros, mais comum em membros inferiores. A sua principal causa é a aterosclerose, que é a proliferação de placas de colesterol e outros lipídios pelo corpo. Alguns fatores podem acelerar este processo de depósito de placas, tais como a diabetes, a hipertensão arterial e o tabagismo. É muito rara em pacientes jovens e sem fator de risco.
Nos estágios iniciais a doença arterial periférica é assintomática, porém um exame clínico dedicado já é capaz de identifica-la. Conforme o grau de obstrução aumenta, o paciente sente dores principalmente ao caminhar, sintoma que é conhecido como claudicação intermitente. Neste estágio normalmente o controle de fatores de risco e algumas medicações são suficientes para trazer a estabilização da doença e a melhora significativa dos sintomas.
Nos estágios de obstrução crítica, quando o sangue dificilmente alcança as extremidades do corpo, podem ocorrer úlceras e lesões cutâneas de difícil cicatrização. O paciente se queixa de dor muscular no membro para curtas distâncias de caminhada, ou muitas vezes não consegue caminhar. Neste estágio é necessário proceder à desobstrução cirúrgica da artéria comprometida. Na grande maioria dos casos é possível realizar este procedimento por cateterismo, com auxílio de balões e stents (leia mais no item “Tratamento Endovascular”).
Aneurismas
Os aneurismas são doenças das artérias, que envolvem uma dilatação, ou um aumento do diâmetro do vaso. O tamanho varia conforme a artéria do corpo, mas existem aneurismas de quase todas as artérias. Os mais frequentes são os cerebrais e os da Aorta Abdominal. Também podem ocorrer aneurismas de outras artérias, tais como as artérias das vísceras abdominais ou dos membros.
A Aorta é uma grande artéria que sai do coração e distribui sangue por todo o corpo. Nem todo aneurisma da Aorta está sob risco de romper, mas com certeza merece uma avaliação especializada e um seguimento clínico. Essencialmente o que causa a dilatação é uma fraqueza das fibras de colágeno, então a tendência é crescer ao longo de anos, e não há remédio que cause sua involução. Alguns fatores de risco, contudo, aceleram o processo de degeneração e crescimento, tais como: idade, hipertensão arterial, história familiar e tabagismo.
Quando o aneurisma é grande (por exemplo, acima de 5 cm no abdômen) normalmente é recomendada a correção cirúrgica, para evitar que ele continue crescendo e se rompa. A larga maioria dos aneurismas arteriais pode ser tratada por via endovascular, por cateterismo, com auxílio de stents revestidos (chamados de endopróteses, como da foto). A criação das técnicas minimante invasivas na década de 90 revolucionaram o tratamento desta condição, transformando uma cirurgia de grande risco e grande porte em um procedimento menos arriscado e de rápida recuperação para o paciente.
Dra. Grace Mulatti tem grande experiência no tratamento endovascular e convencional de aneurismas, e está regularmente envolvida em treinamentos para residentes, alunos e técnicos de produtos, de como planejar e executar este tipo de tratamento. Acesse seu currículo Lattes e veja quais aulas, artigos e prêmios ela possui nesta área de conhecimento.
Tratamento Endovascular
O tratamento endovascular revolucionou a especialidade nos últimos 20 anos. É uma modalidade de tratamento minimante invasiva, ou seja, sem cortes, ou com pequenos cortes, é feito o acesso por dentro do vaso sanguíneo, e através do uso de cateteres, balões e stents o problema é solucionado. Nos casos de obstrução é feita a desobstrução, e nos casos de dilatação, tais como aneurismas arteriais, é feito um revestimento interno no vaso, como se fosse colocada uma luva em uma tubulação, para que não ocorra vazamentos.
O principal benefício das técnicas endovasculares é sem dúvida o menor tempo de hospitalização e mais rápida recuperação dos pacientes e retorno às atividades diárias.
Os materiais estão em constante evolução e transformação. As características mais valorizadas certamente são a facilidade do manuseio e a durabilidade. Estar em constante atualização é essencial para oferecer o melhor tratamento.
As técnicas endovasculares no Brasil foram primeiramente empregadas nos anos 90 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, local onde a Dra. Grace Mulatti recebeu todo seu treinamento e onde atua diariamente participando de aulas, cirurgias e pesquisas clínicas.
A maioria dos grandes hospitais na cidade de São Paulo possui as tecnologias e equipamentos necessários para o bom tratamento endovascular. A Dra. Grace Mulatti é membro do corpo clínico dos melhores hospitais em São Paulo, dentre eles:
Hospital Sírio Libanês.
Hospital Israelita Albert Eisntein.
Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Hospital Nove de Julho.
Hospital Samaritano.
Hospital São Camilo.
Incor - FMUSP.
Hospital São Luiz.
Trombose Venosa Profunda
A trombose venosa profunda é uma doença que acomete mais os membros inferiores do que superiores. Normalmente ocorre a obstrução de uma ou mais veias por coágulos. Esta obstrução pode ser causada por alguns fatores, tais como: imobilizações prolongadas em pós-operatórios ou fraturas, viagens longas de avião, terapias de reposição hormonais, fatores genéticos.
Quando não há causa aparente deve-se suspeitar de uma causa primária para a trombose, como por exemplo as doenças genéticas do sangue, conhecidas como trombofilias.
As varizes, ao contrário do que normalmente se pensa, não são fator de risco para trombose venosa profunda, porque se trata de uma doença do sistema venoso superficial. Quando ocorre inflamação das varizes, chamamos de tromboflebite. É menos grave do que a trombose venosa profunda, mas também exige avaliação do especialista e tratamento adequado.
Na trombose venosa profunda o paciente normalmente sente uma dor forte no membro, de início súbito, e que pode ou não ser acompanhada de inchaço. Muitas vezes o paciente acredita tratar-se de uma dor muscular e não procura auxílio médico. Portanto se a dor é forte e persistente, é prudente realizar uma avalição médica.
O tratamento da trombose venosa não é cirúrgico. É necessário o uso de uma medicação chamada anti-coagulante, que tem dois objetivos principais: evitar que o coágulo migre pela circulação causando uma embolia pulmonar, e ajudar na recanalização da veia trombosada. O processo de recanalização é lento e normalmente demora de 3 a 6 meses.
Para casos de tromboses extensas, e muito sintomáticas, algumas terapias endovasculares são disponíveis. Com auxílio de cateteres e stents, e através de uma punção da veia, é possível fazer injeções de medicações fibrinolíticas que causam a rápida absorção dos coágulos e uma recuperação mais rápida e com menor chance de sequelas.
Varizes
As varizes dos membros inferiores são uma doença do sistema venoso superficial. Muitas vezes o paciente procura assistência médica devido ao desconforto estético, principalmente quando há pequenos vasinhos roxos, como representados na foto. Contudo, sabe-se que estes vasinhos roxos ocorrem sempre em consequência a microvarizes, que são vasos tortuosos e esverdeados que os nutrem.
Em um estágio inicial da doença, quando a queixa é puramente estética, o paciente raramente relata dor ou inchaço. Quando o paciente sente peso nas pernas, cansaço ao final do dia, e inchaço, normalmente varizes mais profundas podem estar envolvidas, como as veias perfurantes ou a veia safena.
As varizes envolvem sempre um problema de colágeno na parede do vaso, de forma que ele fica menos elástico e dilata, criando aquele cordão varicoso que é fácil de ver na superfície da pele. Como ocorre um problema estrutural na parede no vaso, não há medicação, nem creme tópico que faça recuperar sua força elástica. As medicações disponíveis no mercado ajudam no controle da dor, mas não fazem o vaso desaparecer.
O exercício físico regular e o uso de meia de compressão são muito valiosos no controle dos sintomas, principalmente nos inchaços e dores frequentes, contudo também não fazem o vaso recuperar sua força elástica e sua aparência normal. Desta forma se o objetivo é remover os vasos, dando um tratamento definitivo para os sintomas, e melhorando a parte estética, algumas opções são disponíveis, dentre elas:
Escleroterapia com glicose (conhecidas como aplicações).
Laser transdérmico.
Escleroterapia com espuma.
Microcirurgia.
Cirurgia convencional.
Cirurgia por radiofrequência.
A escolha do método de tratamento depende de uma série de fatores, dentre eles: a localização dos vasos, quantidade, aspecto, tom de pele, diâmetro, durabilidade do tratamento. A primeira consulta de avaliação é indispensável para saber em qual estágio o paciente se encontra e qual é o melhor método de tratamento a ser usado. Todas as opções acima estão disponíveis no consultório, marque uma consulta para esclarecer de forma definitiva todas as suas dúvidas.
Doença Carotídea
As artérias carótidas são ramos que saem da Aorta e levam sangue diretamente para o cérebro. A maior parte das doenças da carótida envolvem obstrução destes vasos, em sua maioria causadas por aterosclerose, que são placas de colesterol que se formam ao longo da vida. Quando as artérias carótidas estão gravemente obstruídas (acima de 70%), há um risco grande de causar acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral.
Existem várias causas de AVC, não só a doença das carótidas, de qualquer forma devemos sempre cuidar da saúde destas artérias, e ficar vigilantes, principalmente nos pacientes portadores de fatores de risco para a doença: hipertensos, tabagistas e diabéticos.
O tratamento da doença carotídea é sempre tema de calorosos debates em congressos internacionais e na literatura médica mundial. Porém a maioria dos protocolos aceita que: quando a obstrução é menor que 70% o tratamento é clínico, com medicações e controle dos fatores de risco. Quando é maior que 70%, o tratamento é a intervenção, que pode ser feita de forma aberta (procedimento chamado endarterectomia) ou por via endovascular, com cateterismo e implante de stent.
A Dra. Grace Mulatti apresentou sua tese de doutorado no ano de 2017 na Faculdade de Medicina da USP, nesta área de conhecimento, com o título: Caracterização e evolução clínica do paciente portador de oclusão da artéria carótida interna. Estudo Comparativo. Você pode acessar o artigo científico que esta tese produziu, em revista internacional especializada indexada no PubMed.