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O pé diabético é uma síndrome, isto significa, que é um conjunto de sinais e alterações, que ocorre no paciente diabético, e que normalmente já apresenta alguns anos de evolução de doença.

Estes sinais incluem alterações ósseas, neurológicas e vasculares, que vou explicar uma a uma.

No osso, ocorre uma modificação de arquitetura, com algumas alterações sendo mais frequentes, dentre elas, o desabamento do arco da planta do pé, produzindo um “pé chato”. Estas mudanças de arquitetura fazem com que o paciente apoie o pé em áreas em que não estava habituado. Como conseqüência, aquele calçado habitual, deixa de servir corretamente, e pode machucar. Além disso o paciente passa a apoiar o pé em regiões não habituais, facilitando o aparecimento de calosidades e feridas.

Na parte neurológica, ocorre uma perda de sensibilidade progressiva, padrão que chamamos de neuropatia em bota e em luva, porque é mais frequente nas extremidades. Sentindo menos, o paciente pode machucar o pé e não sentir.

Na parte vascular, temos dois tipos de alterações possíveis, que podem coexistir. A microangiopatia afeta os vasos da pele e estruturas mais superficiais, dificultando sua regeneração. Em casos onde ocorre macroangiopatia, pode haver uma situação de isquemia, e nos casos mais graves, a falta de suprimento de sangue aos tecidos pode até colocar o membro em risco.

Dado que é pé diabético é uma doença complexa, o seu cuidado também é difícil, e normalmente requer o envolvimento multidisciplinar, médico endocrinologista, vascular, fisiatra, ortopedista, nutricionista, fisioterapeuta, enfermeira, enfim. Todos trabalhando junto buscando a melhor prevenção e tratamento. Por isso quanto antes começarem os cuidados, maior a chance de um bom resultado.

Dra. Grace Mulatti

Cirurgia Vascular

CRM 124.954 / RQE 44726